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terça-feira, 11 de março de 2014

Tao Teh Ching - Livro 1 - 05 - O uso do vazio

O céu e a terra não são humanos.
Não têm qualquer piedade.

Para eles milhares de criaturas são como cães de palha
que serão destruídos no sacrifício.

O sábio não tem predileções.
É impiedoso ao tratar as pessoas como cães de palha (a).

Não será o espaço entre o céu e a terra como um
gigantesco fole? Esvazia sem exaurir-se.
Inesgotável.

Quanto mais trabalha, mais alento produz.

Muitas palavras se esgotam sem cessar
e conduzem inevitavelmente ao silêncio.

Aferrando-nos ao vazio protegemos o nosso ser interior
e o mantemos livre.

===============
Minhas notas:

(a) Muitos ensinamentos esotéricos parecem absurdos se tomados ao pé da letra. A literalidade da interpretação, aliada ao fanatismo religioso, muitas vezes tem produzido resultados desastrosos no caminho da humanidade. A inquisição, as cruzadas, os ataques terroristas às Torres Gêmeas não teriam sido evitados se simplesmente o coração e não a letra tivessem sido escutados?

É evidente que este ensinamento do Tao Teh Ching não é uma apologia à impiedade. Que sentido isso faria? A versículo anterior é a chave para o seu real sentido: "O sábio não tem predileções", ou seja, ele é vazio de julgamento, de desejos e de paixão; por isso é sábio e justo. Mas se fosse impiedoso não seria sábio.


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