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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XV - 8 a 10 - Fora da Caridade não há Salvação

Fora da Igreja não há salvação; Fora da verdade não há salvação

8. Enquanto a máxima - Fora da caridade não há salvação - se apóia num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade, o dogma - Fora da Igreja não há salvação - se baseia não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, mas numa fé especial, em dogmas particulares; é exclusivo e absoluto. Em vez de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos. alimenta e sanciona a irritação entre sectáricos dos diferentes cultos que se consideram reciprocamente malditos na eternidade, embora sejam parentes e amigos esses sectáricos. Desprezando a grande lei de igualdade perante o túmulo, ele os separa uns dos outros até no campo de repouso. A máxima - Fora da caridade não há salvação - é a consagração do princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo esta máxima por regra, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros. Com a dogma - Fora de Igreja não há salvação - anatematizam-se e se perseguem mutuamente, vivendo como inimigos; o pai não pede pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, já que mutuamente se consideram condenados sem remissão. É, pois, um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

9. Fora da verdade não há salvação equivaleria ao fora da Igreja não há salvação e seria igualmente exclusivo, porque não existe uma única seita que não pretenda ter o privilégio da verdade. Que homem se pode vangloriar de a possuir integralmente, quando o círculo dos conhecimentos se alarga sem cessar e as idéias se retificam a cada dia? A verdade absoluta é prerrogativa exclusiva de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo. Ela somente pode aspirar a uma verdade relativa e proporcional ao seu adiantamento. Se Deus houvesse feito da posse da verdade absoluta a condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, pode ser praticada por todos. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, desde que a lei de Deus seja observada, não diz: Fora do Espiritismo não há salvação, e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, máxima que dividiria em lugar de unir perpetuaria os antagonismos.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Fora da caridade não há salvação

10. Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens, na Terra e no céu: na Terra porque à sombra dessa bandeira eles viverão em paz; no céu, porque os que a tiverem praticado acharão graça diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para o conduzir à Terra Prometida. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, do que essa máxima de ordem divina. O Espiritismo não poderia provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, pois ela é o reflexo do mais puro Cristianismo. Com semelhante guia, o homem nunca se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a compreender-lhe o sentido profundo e as consequências, a buscar, por vós mesmos, todas as suas aplicações. Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também vos levará a praticar o bem, já que não basta uma virtude negativa: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, é preciso sempre a ação da vontade; para não se praticar o mal, basta muitas vezes a inércia e a indiferença.

Meus amigos, agradecei a Deus por haver permitido que pudésseis gozar da luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos, e sim porque, ajudando-vos a compreender melhor os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Fazei, pois, com que os vossos irmãos, ao vos observarem, possam dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, visto que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, seja qual for oculto a que pertençam. - Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)

(23/01/2013, após oração.)

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