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domingo, 30 de dezembro de 2012

O Sublime Peregrino - Capítulo XX - José, o Carpinteiro, e seu Filho Jesus

(...)

PERGUNTA: - Ser-vos-á possível dar-nos minúcias de algum diálogo mais íntimo entre José e Jesus?

RAMATÍS: - Todos os acontecimentos ocorridos com o Mestre Jesus, desde o seu nascimento até a sua crucificação, ficaram vivamente gravados no Éter que impregna o Universo, ou "Akasa", como é mais conhecido pelos orientais e já vo-lo explicamos, no qual se gravam todos os fenômenos do mundo material, graças a um processo de auscultação psicométrica, que ainda escapa à vossa compreensão atual. Portanto, é possível captarmos, aqui, no Espaço, as reminiscências e minúcias de todos os acontecimentos já ocorridos na Terra, desde a sua criação até o momento em que ditamos estas mensagens. Assim utilizaremos esse processo sideral para nos sintonizarmos com a frequência vibratória da faixa psíquica da vida de Jesus e de José, focalizando-os na Judéia, há dois mil anos.

José, no final de sua existência, devido à sua avançada sensibilidade espiritual, apercebeu-se de que Jesus era, realmente, um ser superior e que ele, como pai, também era parte na obra messiânica do seu filho. Aliás, o Alto desejava que ele pressentisse a tarefa de Jesus antes de partir do mundo terráqueo. Certa vez, José sentiu-se constrangido ante aquela aflição incontida que se manifestava, amiúde, em Jesus, pois desconhecia que se tratava de uma ansiedade espiritual incomum, e não de qualquer desajuste psíquico. Então, achegou-se a ele e indagou afetuosamente:

- Jesus! Qual é o motivo de tua aflição e desse sofrer constante?

Seu filho demorou-se em responder; porém, seus olhos doces e serenos traíam profunda concentração espiritual. Em seguida, exclamou, sem qualquer mágoa ou queixume:

- Tu não podes compreender a minha aflição, porque eu vivo a vontade de meu Pai que está nos céus; e só Ele sabe o motivo de minhas preocupações!

Num gesto de ansiedade acrescentou:

- Mas ainda não descobri para onde o Pai me guia os passos! - E num sorriso algo triste, mas resignado, aduziu: - Sofro muito pela espera!...

José mantinha-se silencioso, indeciso, pois receava magoar Jesus.

- Mas que alimentas em tua alma, que te faz tão diferente dos demais jovens? - indagou corajosamente.

- Nenhuma flor, nem ouro, nem o calor da paixão humana aceleram o meu coração ou encantam minha alma! - redarguiu Jesus, num gesto eloquente, mas absorto num mundo irreal. E num longo suspiro, entrecerrando os olhos, desabafou com certa veemência:

- Vivo somente o anseio de clarear o caminho dessa pobre humanidade, que está mergulhada num charco de misérias que sáo a sua própria infelicidade.

- Mas que pode fazer um homem como tu, para transformar os sentimentos dos outros homens e modificar os costumes da humanidade? - insistiu José, inconformado.

Então Jesus foi dominado por algo estranho; sua voz vibrava altiloquente, como se viesse realmente de um ser invisível, porém, mais real do que o próprio mundo das formas.

- Que importância é viver, se, para contentar os desejos insaciáveis do meu corpo, preciso esmagar os anseios da alma? Que sentido tem a vida, quando consumida entre os prazeres medíocres e transitórios da carne, na implacável caminhada para o túmulo?

José estremeceu, um tanto confuso:

- Meu filho! Essa é a razão da vida humana e deve ser a vontade de Jeová, que ela assim seja! - observou-lhe convincente.

Jesus fitou o pai; apesar da gravidade espiritual de sua fisionomia, ele não escondeu um sorriso meigo:

- Pai! O boi, o carneiro, o cabrito e o camelo não vivem também a vontade de Jeová? Mas nós raciocinamos, não é assim? E acrescentou:

- Que faz o boi, o carneiro, o cabrito e o camelo? Apenas dormem, digerem, procriam, atendendo às suas necessidade físicas! O seu mundo é produto dos instintos que os impelem para a satisfação da sua vida animal! E pousando, de leve, a mão na testa de José, e, em seguida, na sua própria fronte, acrescentou, gravemente: - Tu pensas; eu penso! Existimos além de nossos sentidos físicos! Muito além dos fenômenos transitórios do corpo! Em nossos próprios ombros, Jeová colocou o arbítrio de optarmos pelos ideias superiores, ou nos escravizarmos aos tesouros, aos bens que as traças comem, a ferrugem rói e os ladrões roubam! Entendes, pai?

(...)

30/12/2012

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