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sábado, 23 de junho de 2012

O Evangelho Segundo o Espíritismo - Capítulo XIV - 1 a 3 - Honrai a vosso Pai e a vossa Mãe



1. Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis mal a ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe. (S. Marcos, 10:19; S. Lucas, 18:20; S. Mateus, 19:18 e 19.)

2. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. (Decálogo; Êxodo, 20:12.)

Piedade Filial

3. O mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe" é uma consqüência da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus, desta forma, quis mostrar que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo que a caridade ordena em relação ao próximo em geral. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, e que têm tanto mais mérito, quanto menos obrigatório é o seu devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.

Honrar seu pai e sua mãe não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.

É sobretudo para com os pais sem recursos que se demonstra a verdadeira piedade filial. Satisfarão a esse mandamento os que julgam fazer grande esforço porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam? Em relegá-los aos mais ínfimos cômodos da casa, apenas para não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles todo o peso do trabalho doméstico! Caberá aos pais, velhos e fracos, servir a filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite quando os amamentava? Contou suas vigilias quando eles estavam doentes, os passos dados para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário; devem-lhes também, na medida de suas possibilidades, as pequenas doçuras do supérfluo, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Esta é a única piedade filial aceita por Deus.

Ai, pois, daquele que esquece o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para garantir o seu bem-estar. Ai do ingrato, porque será punido pela ingratidão e pelo abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na vida presente, mas com certeza em outra existência, em que sofrerá o que houver feito aos outros.

É verdade que alguns pais menosprezam seus deveres e não sáo para os filhos o que deviam ser; mas, é a Deus que compete puni-los e não a seus filhos. Não cabe a estes censurá-los, porque talvez hajam merecido que seus pais fossem assim. Se a lei da caridade manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, não se diga mal do próximo, se esqueçam e perdoem a suas faltas, se ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações em relação aos pais! Os filhos devem, pois, tomar como regra de conduta para com estes últimos todos os preceitos de Jesus relativos ao próximo e ter em mente que todo procedimento censurável em relação aos estranhos, é ainda mais censurável em relação aos pais, e que  o que talvez não passe de simples falta no primeiro caso, pode tornar-se um crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão.


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