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sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XII - 9 - Amai os Vossos Inimigos

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A vingança

A vingança é um dos últimos resquícios dos costumes bárbaros que tendem a desaparecer dentre os homens. É, como o duelo, um dos derradeiros vestígios dos hábitos selvagens sob os quais se debatia a Humanidade no começo da Era Cristã. É por isso que a vingança constitui indício certo do estado de atraso dos homens que a ela se entregam e dos Espíritos que ainda as inspiram. Portanto, meus amigos, esse sentimento jamais deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e proclame espírita. Vingar-se é, bem o sabeis, tão contrário àquela prescrição do Cristo: "Perdoai aos vossos inimigos", que aquele que se nega a perdoar não somente não é espírita, como também não é cristão. A vingança é uma inspiração tanto mais funesta, quanto tem por companheiras assíduas a falsidade e a baixeza. Com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão quase nunca se vinga a céu aberto. Quando é ele o mais forte, cai qual fera sobre o outro a quem chama seu inimigo, desde que a presença deste último lhe inflame a paixão, a cólera, o ódio. Entretanto, na maioria das vezes assume aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos que o animam. Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada desconfia, e espera o momento propício para o ferir sem perigo. Esconde-se do outro, espreitando-o sem cessar: prepara-lhe odiosas armadilhas e derrama-lhe no copo o veneno, caso encontre ocasião para isso. Quando seu ódio não chega a tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições: não recua diante da calúnia, e suas insinuações pérfidas, habilmente espalhadas a todos os ventos, se vão avolumando pelo caminho. Desse modo, quando o perseguido se apresenta nos lugares por onde passou o sopro envenenado do perseguidor, espanta-se ao deparar com semblantes frios, em vez de fisionomias amigas e benevolentes que outrora o acolhiam. Fica estupefato quando mãos que se lhe estendiam, agora se recusam a apertar as suas. Enfim, sente-se aniquilado ao verificar que seus amigos mais caros e os parentes se afastam e o evitam. Ah! O covarde que assim se vinga é cem vezes mais culpado do que aquele que enfrenta o inimigo e o insulta em plena face.

Fora, pois, com esses costumes selvagens! Fora com esses hábitos de outros tempos! Todo espírito que ainda hoje pretendesse ter o direito de se vingar seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tem como divisa: Fora da caridade não há salvação! Mas, não, não posso deter-me a pensar que um membro da grande família espírita seja capaz, no futuro, de ceder ao impulso da vingança, a não ser para perdoar. - Jules Olivier (Paris, 1862.)

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