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sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V - 18 - Bem-Aventurados os Aflitos

Bem e mal sofer

18. Quando o Cristo disse "Bem aventurados os aflitos, porque deles é o reino dos céus", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, estejam no trono ou sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem: poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, quando vos falta coragem. A prece é um sustentáculo para a alma, mas não é suficiente: é preciso que se apóie numa fé viva na bondade de Deus. Ele já vos disse muitas vezes que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa guardará proporção com a resignação e a coragem. A recompensa será tanto maior quanto mais penosa é a aflição. Mas essa recompensa deve ser merecida e é por isso que a vida está cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo não lhe facilita nenhuma promoção. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se entrevaria e se entorpeceria vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Essa luta não consiste no fogo da batalha, mas nas amarguras da vida, onde, às vezes, é preciso mais coragem do que num combate sangrento, pois aquele que se mantém firme na presença do inimigo pode fraquejar sob o choque de uma pena moral. O homem não recebe nenhuma recompensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva a palma da vitória e um lugar glorioso. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e quando houverdes conseguido nominar os ímpetos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei para vós mesmos, com satisfação: "Fui o mais forte".

"Bem-aventurados os alfitos" pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, pois terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porquanto, após o trabalho virá o repouso. - Lacordaire (Le Havre, 1863.)

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