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domingo, 18 de novembro de 2018

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V - 21 - Bem Aventurados os Aflitos


Perda de pessoas amadas - Mortes prematuras


21. Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais jovens antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que já não servem para nada; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, a fim de compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, e a sábia previdência onde acreditais ver a cega fatalidade do destino. Por que medir a justiça divina pela medida da vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos queira, por simples capricho, infligir-vos penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor toda as dores que vos atingem, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses mereceriam uma consideração tão secundária, que os relegaríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis, ferem um coração de mãe e fazem que os cabelos dos pais embranqueçam antes do tempo. Quase sempre a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez o arrastassem à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é vítima da fatalidade; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.

É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! De que esperanças quereis falar? Das da Terra, onde aquele que se foi podia brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão acanhada, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, tão cheia de esperanças em vossa opinião? Quem vos diz que ela não estaria saturada de amarguras? Então não levais em conta as esperanças da vida futura, a ponto de preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, alegrai-vos quando for agradável a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não seria egoísmo desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que não tem fé e que vê na morte uma separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem e a lembrança que deles guardais os transporta de alegria; mas as vossas dores desarrazoadas também os afligem, porque denotam falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o futuro prometido pelo soberano Senhor. - Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

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