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segunda-feira, 6 de março de 2017

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V - 12 - Bem-aventurados os Aflitos

Motivos de resignação



12. Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados, Jesus indica, ao mesmo tempo, a compensação que espera os que sofrem e a resignação que abençoa o sofrimento como prelúdio da cura.

Essas palavras também podem ser traduzidas assim: deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, porque as vossas dores deste mundo são o pagamento da dívida das vossas faltas passadas, e essas dores, quando suportada pacientemente na Terra, vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por Deus haver reduzido a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá tranquilidade no futuro.

O homem que sofre é semelhante a um devedor de grande quantia, a quem o credor diz: "Se me pagares hoje mesmo a centésima parte do teu débito, dar-te-ei a quitação do restante e ficarás livre; se não o fizeres, eu te perseguirei até que pagues o último centavo". O devedor não se sentiria feliz por suportar toda espécie de privações para se libertar, pagando apenas a centésima parte do que deve? Em vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido?

Tal é o sentido destas palavras: "Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados". São felizes porque pagam suas dívidas, e após o pagamento estarão livres. Mas se, saldando a dívida de um lado, endividam-se de outro, jamais se libertarão. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, porque não há uma só delas, qualquer que seja, que não traga consigo a própria punição, necessária e inevitável. Se não for hoje, será amanhã; se não for nesta vida, será em outra. Entre essas faltas, devemos colocar em primeiro lugar a falta de submissão à vontade de Deus. Logo, se murmurarmos nas aflições, se não as aceitarmos com resignação e como algo que devemos ter merecido, se acusarmos a Deus de ser injusto, contraímos nova dívida, que nos faz perder o fruto que devíamos colher do sofrimento. É por isso que termos de recomeçar, absolutamente como se, a um credor que nos atormente, pagássemos uma quantia e a tomássemos de novo por empréstimo.

Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem ainda está como o operário que comparece no dia do pagamento. A uns, dirá o patrão: "Eis o prêmio dos teus dias de trabalho"; a outros, aos felizes da Terra, aos que hajam vivido na ociosidade, que puseram sua felicidade nas satisfações do amor-próprio e nos gozos mundanos, dirá: "Nada tendes a receber, porque já recebestes o vosso salário na Terra. Ide e recomeçai a tarefa".


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