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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Mal estar em dia de trabalho mediúnico - Vigilância necessária

(Pelo espírito Ramatis/Hercílio Maes - Mediunismo. Livraria Freitas Bastos SA. 3a edição. 1960. páginas 231 a 233)



PERGUNTA: - Sabemos que alguns confrades que viviam acionados por espíritos cuja atuação ainda mais se agravava nos dias determinados para os trabalhos mediúnicos. No entanto, assim que eles se assentavam junto à mesa cardecista, para o devido desenvolvimento, a influência do Além cessava-lhes instantaneamente. Porventura não seria justo que eles tentassem o seu desenvolvimento em outro ambiente ou mesmo sob métodos diferentes, mas capazes de ajudá-los à mais breve eclosão de sua faculdade?

RAMATÍS: - Os guias, certas vezes, costumam apelar para os irmãos menores, ou seja, espíritos de fluidos mais espessos e constritivos, que então projetam periodicamente certa carga fluídica aflitiva e constritiva nos seus pupilos encarnados e desinteressados das coisas espirituais. Estes, assim que são alvo dessas cargas fluídicas incomodativas, põem-se em campo à procura de lenitivo, desconfiados de sofrer algo detestável ou perigoso na sua rede nervosa. Inquietos e aflitos, efetuam a tradicional "via sacra" pelos consultórios médicos, sem lograr resultados proveitosos, colecionando os mais exóticos diagnósticos e entregando-se à ingestão de tóxicos medicamentosos a granel.

Visitam abalisados psiquiatras e neurologistas, submetem-se à psicoanálise ou narcoanálise, passam por toda sorte de radiografias e exames de laboratórios, sem conseguir solucionar o seu problema tão incomum e complicado. Alguns amigos mais afins os advertem de que se trata de algum problema psíquico, talvez a eclosão de mediunidade, e sugerem-lhes o recurso ao Espiritismo; mas o credo, a convicção ateísta ou o diploma acadêmico os impedem, por vezes, de solicitar os préstimos tão humildes dos médiuns espíritas.

Finalmente, depois do cansaço físico e dos gastos vultosos, o paciente aceita o indesejável diagnóstico de que pode ser um médium em potencial e precisa desenvolver-se na sessão espírita, a fim de livrar-se dos fluidos agressivos que o põem enfermo e desesperado. Então o guia, que planejara situar seu pupilo negligente, sarcástico e ateísta, no ambiente espiritista, tudo faz para encaminhá-lo às obras fundamentais da doutrina e desenvolver-lhe propósitos espirituais mais sadios para o seu melhor aproveitamento da existência física. Depois que verifica a presença assídua do seu tutelado aos trabalhos mediúnicos para obter a cura psíquica, onde há de receber esclarecimentos úteis para o seu espírito embrutecido, suspende-lhe as cargas fluídicas coercivas e periódicas, que o forçavam a procurar o ambiente espírita enfraquecendo-lhe a orgulhosa convicção ateísta.

No entanto, o pupilo recuperado em sua saúde e livre do "peso" e da "angústia" nervosa que o acometiam antes, desparece das sessões mediúnicas de das reuniões evangélicas, retornando à antiga situação improdutiva e indolente. Não tarda, pois, a esquecer o seu velho caso doloroso, alegando entre os amigos que fora vítima de alguma alucinação nervosa ou neurose acidental, cuja manifestação mórbida teria desaparecido graças aos efeitos retardatários dos medicamentos prescritos pelos médicos.

Mas o seu guia está atento; eis que o tutelado irresponsável não tarda a sentir novamente o mesmo fenômeno estranho e incomodativo, a mesma angústia e descontrole psíquico anterior; reaparecem-lhe as cargas fluídicas agressivas que o obrigam a frequentar, outra vez, o mesmo círculo de amizade espírita ou submeter-se à disciplina do desenvolvimento mediúnico que já o aliviara. Ignora ele que, ao fugir do ambiente doutrinário, que atendia à sua carência espiritual, passou a sofrer da mesma carga fluídica coerciva das entidades mais rudes a serviço do seu guia. E, para que ele continue a frequentar regularmente o centro espírita onde hauria conhecimentos e apurava o seu sentimento embrutecido, essa atuação mais forte e agressiva registra-se justamente no próprio dia do trabalho mediúnico.

Mas acontece que alguns desses candidatos bastante inconscientes de suas próprias necessidades espirituais e aflitos por se libertarem o mais cedo possível do incômodo psíquico, lançam-se à procura de ambientes ou de trabalhos que os desenvolvam às pressas, embora eles ainda engatinhem em espírito. Ignorando que a sua própria recuperação espiritual é mais importante do que os poderes medianímicos em sua manifestação fenomênica, o inquieto candidato a médium passa a confundir trejeitos físicos incontroláveis com aprimoramento mediúnico, em oposição ao programa superior delineado pelo seu guia.

Sem dúvida, o generoso mentor espiritual não logra outra saída que a de deixar seu pupilo atuando no ambiente que ele considera mais simpático e favorável para si, no qual só lhe interessam o êxito da fenomenologia mediúnica e a libertação mais breve do seu incômodo psíquico. Mal grado não seja essa a solução desejada pelo guia para o seu versátil tutelado, ele prefere vê-lo situado em ambiente de menor aproveitamento espiritual, mas que o livra, por algum tempo, da sua atuação viciosa e censurável no mundo profano.


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