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domingo, 9 de abril de 2017

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V - 14 a 16 - Bem-aventurados os Aflitos

O suicídio e a loucura



13. A calma e a resignação adquiridas na maneira de considerar a vida terrestre e a confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria desses casos de loucura se deva à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem coragem de suportar. Se, portanto, pela maneira como o Espiritismo o faz encarar as coisas deste mundo, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o teriam desesperado em outras circunstâncias, é evidente que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, preserva-lhe a razão dos abalos que, se não fora isso o teriam perturbado.

15. Dá-se a mesma coisa com o suicídio. Se excetuarmos os que se dão em estado de embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é evidente que tem ele sempre por causa um descontentamento, sejam quais forem os motivos particulares apontados. Ora, aquele que está certo de que só é infeliz por um dia, e de serem melhores os dias seguintes, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando não vê nenhum termo aos seus sofrimentos. E que é a vida humana, com relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para o que não crê na eternidade julga que tudo se acaba com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e pelo infortúnio, só vê na morte a solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.

16. A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio: produzem a covardia moral. Quando se vêem homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçarem por provar aos que os ouvem ou leem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação podem oferecer-lhes? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heroico, a única perspectiva, mais vale cair nele imediatamente não mais tarde, para sofrer por mais tempo.

A propagação das ideias materialistas, é, pois o veneno que inocula a ideia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se fazem seus defensores assumem terrível responsabilidade. Com o Espiritismo a dúvida já não é possível, modificando-se, portanto, a visão que se tem da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições muito diversas. Daí a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; daí, numa palavra, a coragem moral. 

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