A Força da Bondade:
A partir deste ponto em que a alucinação coletiva da época fazia os primeiros mártires do cristianismo nascente, a narrativa coloca-nos diante de um vislumbre do mundo espiritual jubiloso, destino daqueles que descobriram dentro de si o caminho da renúncia ao próprio ego, enquanto sacrificaram a própria vida ao exercício do amor ao próximo.
Contrastando com o ambiente celestial em que são recebidos esses seres abnegados, sacrificados unicamente por serem bons, somos apresentados também ao mundo espiritual nauseante e lamacento e às consequências nefastas que o mal produz no próprio espírito de quem com ele compactua. Vimos as figuras de Pilatos, Fúlvia e Sulpício, personagens que semearam o infortúnio de terceiros na última existência corpórea, agora, após desencarnados, em seu estado - cru e sem disfarces - de indigência espiritual, vitimados por atrozes sofrimentos nas zonas umbralinas que circundam a Terra.
No entanto, como a bondade Divina é para todos, no devido tempo, o resgate desses espíritos é realizado, com o auxílio do espírito de Sávio (o mesmo soldado romano que tentara envenenar Pilatos na obra anterior, mas que agora se coloca a serviço de sua recuperação), pelas mesmas entidades luminosas que outrora foram suas vítimas. Nova oportunidade encarnatória é concedida aos personagens que se desviaram do caminho reto, na sua existência anterior, para que aprendam, resgatem os males que fizeram no passado e evoluam, na mesma Roma em que antes estiveram.
Assim vemos Pilatos, Fúlvia, Sulpício, Lucílio e Sávio percorrerem seus novos caminhos no mundo da matéria, num esforço apoiado por espíritos benfeitores, na sua jornada evolutiva. Todos, com suas vidas entrelaçadas no passado, voltam a encontrar-se. O desenrolar da história tem a propriedade de descortinar ante os olhos mais fechados, a realidade inequívoca do livre-arbítrio, da possibilidade que temos, tanto quanto as personagens dessa narrativa, de acelerar a chegada ao futuro espiritual luminoso que aguarda cada um de nós, ou, se assim preferirmos, de permanecermos atolados no charco do egoísmo e das conquistas exclusivamente materiais.
Vale ler e aprender.
-------------------------------------------
Uma edição sugerida:
A Força da Bondade
Instituto de Difusão Espírita
Pelo espírito Lucius. Psicografado por André Luiz Ruiz
7a edição. 2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário