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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo I - 1 a 4 - Não Vim Destruir a Lei

1. Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los: - porque, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido enquanto reste um único jota e um único ponto. (S. Mateus, 6:17 e 18).

Moisés

2. Há duas partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis diante de mim outros deuses estrangeiros. - Não  fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está acima no céu, nem embaixo, na Terra. Não os adorareis e nem lhes prestareis culto soberano.

II. Não pronunciareis em vão o nome do Sennhor, vosso Deus.

II. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

IV. Honrai o vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

V. Não matareis.

VI. Não cometereis adultério.

VII. Não roubareis.

VIII. Não prestareis falso testemunho contra o vosso próximo.

IX. Não desejareis a mulher do vosso próximo.

X. Não cobiçareis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

Essa lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés estabeleceu, obrigado a manter, pelo temor, um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão no Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, assim como fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridadee de Deus: mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma justiça reta estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que incluia, entre os seus mandamentos, este: "Não matareis; não fareis mal ao próximo", não poderia contradizer-se fazendo da exterminação um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, pois, um caráter essencialmente transitório.

O Cristo

3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, ou seja, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. É por isso que se encontra, nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constitui a base da sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, Ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substância, quer na forma. Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, não podia fazê-las passar por uma reforma mais radial, do que as reduzindo a esta única prescrição: "Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", e acrescentando: aí estão toda a lei e os profetas.

Por estas palavras: "O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último jota", Jesus quis dizer que era necessário que a lei de Deus fosse cumprida, isto é, praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todos os seus desdobramentos e conseqüências. Realmente, de que serviria haver estabelecido aquela lei, se ela devesse constituir privilégio de alguns homens ou mesmo de um só povo? Sendo todos os homens filhos de Deus, todos, sem distinção, são objeto da mesma solicitude.

4. Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra. Ele veio dar cumprimento às profecias que haviam anunciado o seu advento. Sua autoridade decorria da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim no reino dos céus; veio ensinar-lhes o caminho que conduz a esse reino, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos. Entretanto, não dizer tudo, limitando-se a respeito de muitos pontos, a lançar o germen de verdades que, segundo Ele próprio declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos explícitos. Para apanhar o sentido oculto de certas palavras suas, era necessário que novas idéias e novos conhecimentos lhes trouxessem a chave, e essas idéias não podiam surgir antes que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de maturidade. A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Era preciso, pois, dar tempo à Ciência para progredir.


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