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domingo, 19 de agosto de 2012

Capítulo XIV - 8 - Honrai a vosso Pai e vossa Mãe

Parentela corpórea e parentela espiritual

8. Os laços do sangue não estabelecem necessariamente os vínculos entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai que cria o Espírito de seu filho; apenas lhe fornece o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os Espíritos que encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são, na maioria das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se traduzem por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer que sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatias igualmente anteriores, que se expressam na Terra por um mútuo antagonismo, a fim de lhes servir de provação. Os verdadeiros laços de família não são, pois, os da consanguinidade e sim os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Consequentemente, dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do  que se o fossem pelo sangue. Podem atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se vê todos os dias. Eis um problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Cap. IV, item 13.)

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corpóreos. As primeiras são duráveis e se fortalecem pela purificação, perpetuando-se no mundo dos Espíritos através das várias migrações da alma: as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos", isto é, minha família pelos laços do Espírito, "pois todo aquele que faz a vontade de meu pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe".

A hostilidade com que seus irmãos o tratavam se acha claramente expressa no relato de São Marcos, que diz que era propósito deles se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que havia perdido o espírito. Informado da chegada dos irmãos, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos. do ponto de vista espiritual: "Eis aqui meus verdadeiros irmãos". Embora sua mãe estivesse na companhia deles. Ele generaliza o ensino, o que não implica de maneira alguma que haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo, nada lhe era como Espírito, nem que só lhe merecia indiferença. Sua conduta, em outras circusntâncias, provou suficientemente o contrário.

19/08/2012, às 8:00 h, após oração.

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